13.8.09

sinos de vento

Estou inquieta nesta noite. Abri a janela para sentir o frio, porque descobri que o frio ajuda. Não é uma noite poética mas, por algum motivo, o som dos carros parece ondas, parece que eu estou na beira do mar.
É a única coisa que eu escuto, além dos sinos de vento de vários, sem dúvida vários apartamentos ao meu redor. Muitos sininhos, num tilintar gostoso.
E eu fiquei pensando, enquanto o vento gelava o meu braço e meu rosto, que é isso que os sinos de vento fazem: tocam quando venta.
Este é um post sobre regras. Não todas, porque são muitas e muito diversas em tipos, formas, poder de vinculação. Sobre algumas, apenas.
Estou morrendo de sede, e não tem água que baste. Eu queria Coca-Cola. E eu sei que tem na despensa, mas aqui em casa só se bebe refrigerante nos fins de semana. Assim, não é sede. É vontade de tomar Coca, uma coisa louca, mas nem por isso eu vou até a despensa abrir a garrafa que eu sei inclusive de cor onde está e resolver isso. Porque eu não posso.
Essa não é a mais boba das regras, porque durante os fins de semana, são dois litros de refrigerante por refeição. Fazendo as contas, quatro litros por dia, vinte e oito litros por semana. Minha mãe sabe que isso faz mal e que provavelmente eu já teria supersized me se eu tomasse tudo isso. Por isso ela instituiu que só aos fins de semana.
Obviamente, ela não contou com noites de quarta-feira em que a vontade fosse tão forte que eu não conseguisse dormir, mas também, convenhamos que não é isso que está me impedindo.
Existem outras regras, e muitas delas são sem sentido.
Mas tem umas... tipo essa, dos sinos de vento. Eles estão tocando... e isso não quer dizer absolutamente nada. Não quer dizer nada, além de "está ventando".

9.8.09

relatório

A nova estratégia de postagem sem longo procedimento prévio não está funcionando.
É o quarto post que eu escrevo. Os outros três eu apaguei.
Estou cheia de vontade de escrever e de idéias, mas os idiotas dos textos não andam tomando a forma que eu gostaria. Porque, como todos sabem, a gente começa a escrever e daí o bicho vai ganhando vida própria e quando a gente lê é sempre uma surpresa. Não era nada daquilo que se queria ter dito, e vai muito da sorte. Às vezes melhor, às vezes pior, na maioria das vezes, sai "satisfatório", como em "é, dá para publicar".
Hoje não. Saiu tudo ruim. Piegas, sem sentido, meio ridículo mesmo.
Se pá eu precisava viver um amor fracassado para ter inspiração. Andei lendo uns blogs de gente desiludida e, maluco, estão bem melhores que o meu. Anos-luz melhores.
Mas não tenho paciência para isso não, não agora. Estou cansada, e convenhamos que dá muito trabalho inventar um relacionamento só para depois deixar não dar certo e ter o que escrever.
Tem outra coisa: esses caras - dos blogs bons - têm eus-líricos (fiquei em dúvida, mas quase certeza que "nós-líricos" não está certo).
Os caras falam de "você". Do mal que "você" fez, e da falta que "você" faz. De como eles queriam saber o porquê de "você" ter ido embora, de ter feito o que fez. Do quanto "você" não entende. Quem, eu? Nem te conheço! Nunca te vi na vida, não sei do que você está falando, nunca te fiz nada! (onde "tu" seja o dono do blog.) Mas eles têm razão, porque eu realmente não entendo.
É por isso que não trabalhamos com eu-lírico. É muito fácil ser eu-lírico, um pouco mais foda é ser eu-mesma (não que ser eu seja mais difícil do que ser outra pessoa, acho que deu para pegar o ponto). Ainda assim, garanto que nunca houve mais ninguém escrevendo este blog além de eu-mesma. Todas as opiniões aqui - incluindo as preconceituosas, as revoltadinhas e as pseudo-intelectuais - sempre foram minhas mesmo.
Acho que isso de se esconder atrás do eu-lírico é que nem a história da Coca-Cola. Eu só gosto da normal. Se eu tomar a zero ou a light, fica muito fácil ser magra. Mentira, mas vamos por aí, porque as opiniões desonestas também sempre foram minhas.
Em todo caso, acho melhor dizer: na real, é que a Coca normal é muito mais gostosa, mesmo.
E... decidi publicar, mas quase quase eu apaguei esse também.