2.10.09

em brancas nuvens

Pela primeira vez desde que eu criei este blog, passei um mês inteiro sem postar.
Percebi isso no dia 29 de setembro, quando ainda havia tempo. Porém, se tem uma habilidade na qual eu sou realmente boa é a de postergar as minhas tarefas até o limite do razoável. Não fiz dia 29, esqueci no dia 30, e setembro passou em brancas nuvens.
Na verdade, neste setembro choveu como eu nunca tinha visto chover em setembro. Nuvens nada brancas, tempo louco. Fez frio, fez calor, tempo úmido, tempo seco. E, como para mais detalhes sobre os fenômenos meteorológicos, o melhor é consultar o site do climatempo mesmo, paro por aqui.
Nos 14 primeiros dias do mês passado, eu só pensava em monografia. Hoje, eu não consigo nem lembrar dela sem me embrulhar o estômago.
Já os outros 16 dias eu passei tentando me readaptar à sociedade de massa em que vivemos. Antes, eu lia 2 jornais por dia, um monte de blogs, livro sempre na bolsa, assistia noticiários na tv e sempre tinha tempo para escrever.
Quando a monografia veio, eu me privei disso tudo, me isolei dessas coisas, e agora eu tenho preguiça de ler, impaciência pra assistir, e postar no twitter deixou minha escrita telegráfica.
E, no fim do dia... nada. Eu não me autoconheço melhor por isso, eu não fiz o trabalho como gostaria, não fiquei mais magra e ando perdendo cabelo.
Então, já quase no fim do mês, eu tive que escrever um texto para o yearbook da minha turma, o que me fez pensar naquilo que era realmente importante na minha vida, que não poderia deixar de constar do meu depoimento.
Percebi que tem várias coisas e diversas ordens de coisas. Umas são bastante claras: família, amigos, faculdade. Tem outras, menos evidentes, que não constaram, por falta de espaço ou adequação.
E uma destas é tipo este blog. Não o blog em si, porque obviamente as ideias aqui expressas poderiam ser escritas num caderno, sem prejuízo de qualquer ordem. Refiro-me, obviamente, aos seus leitores.
Não é populismo, eu juro. Não é demagogia, não vou me candidatar a nada, não estou vendendo nada, não quero elogios. Estou agradecendo.
Eu sei que eu nunca disse isso, mas é importante que pessoas parem o que estão fazendo para ler o que está escrito aqui. Não sei o impacto disso no mundo, mas para mim faz toda a diferença, mesmo que sejam 10 os leitores, e não mais do que isso. Isso me salva de ter que conviver sozinha comigo mesma, porque eu não conseguiria. Então obrigada.
Afinal, eu achei que pior do que não escrever nada durante um mês inteiro seria deixar passar em brancas nuvens o que é ter vocês na minha vida. Virtual, de blogueira. Mas ainda assim, vida. E minha. Obrigada.