17.4.10

a verdadeira razão

Então, voltei. Na véspera da prova mais importante da minha vida (neste momento), mas antes tarde do que nunca - e eu me consolo no fato de nunca ter primado pela responsabilidade.
Postei pouco ou quase nada nos últimos tempos porque era tese-de-láurea-prova-do-mestrado-formatura-OAB. Foi-se, não sem trauma, a tese de láurea, restaram prova-do-mestrado-formatura-OAB. Daí passou a prova do mestrado, ficaram formatura e OAB. Eis que, com a quase encostada do chapéu-abajur na minha cabeça, naquele dia, naquele salão nobre, virei bacharel. Então, noves fora, ficaram mestrado propriamente dito - aulas, textos, cansaço -, e OAB.
E, por estranha que possa parecer a construção aos mais alienados, depois que passou a OAB, a OAB não passou. E não, não fui eu que não passei na prova; a prova TO-DA foi anulada, o que eu faço questão de registrar porque estou cansada das piadinhas!
Perto disso tudo, parece que só mestrado e escritório vai ser moleza. E eu acho que ajuda eu acrescentar que eu escolhi fazer um raio dum blog no qual eu escrevo posts sobre o que eu penso, ao invés de simplesmente republicar fragmentos de internet, o que, se não justifica, ajuda enormemente a explicar.
Então, na véspera da segunda segunda fase, parei aqui para pensar numas coisas que obviamente não possuem qualquer relação com a matéria que eu deveria ter estudado com muito mais afinco.
Nos 5 anos que passaram, meus queridos amigos de faculdade e eu compreendemos um aspecto muito importante do funcionamento do universo: Deus, se existir, é um grandessíssimo gozador. Não há, entre nós, consenso a respeito da própria existência de Deus, embora, por óbvio, esta questão possa vir a ser, pelo leigo, considerada prejudicial àquela sobre o seu senso de humor. Pouco importa.
O que realmente importa não perder de vista é que, se um tal Deus houver, se ele for realmente aquilo tudo que pensamos, então acho que o cara de Osasco não teve lhufas que ver com a anulação da nossa prova.
Nós quatro já sabíamos que, de todas aquelas impagáveis conversas que tivemos naquele pátio, alguma punição eventualmente viria. Taí.
Não foi um cidadão despreparado, inútil, desmemoriado, beócito em Osasco. Fomos nós, criticando a maneira como as pessoas se vestiam todas as manhãs, não assistindo às aulas, conversando sobre as nossas vidas, rindo de sabermos que o inferno é uma arcada mais quentinha.
Disso decorre que esse jovem que, para o mundo, deu causa à anulação é apenas um bode expiatório, porque mesmo Ele não teria como justificar para os demais 18 mil e poucos candidatos que estava nos punindo por toda nossa malcriação. E, aqui entre nós, foi mesmo um pouco desproporcional.
Jornalistas e menestréis deveriam estar escrevendo sobre nós, Hoobastank deveria ter feito aquela música para nós, PCC deveria estar mandando seus capangas atrás de... nós.
Mas, de qualquer forma, devaneios à parte, acho que o mundo precisa de mais arcadas e mais companhias como as vossas.

Se, porém, a teoria desenvolvida corresponder à verdade, a verdade é que é melhor não.