17.3.09

justificativas

Eu sei que eu andei ausente. Talvez muito mais do que deveria, porque mesmo quem antes me cobrava para que eu escrevesse mais parece ter desencanado. Pode ser que eu tenha perdido o ponto ótimo dos pouquíssimos leitores que eu achava que tinha cativado. Sei lá.
Não estou falando isso para que venham comentários dizendo que não, estamos aqui, ainda te lemos etc. Estou falando para me justificar, como já fiz outras vezes antes, mas acho que agora é mais sério, porque foi mais tempo e sem a desculpa de estar viajando, de não ter internet e outras que eu andei dando um tanto quanto de má-fé.
A verdade é que eu não tenho escrito porque eu ando muito mais crítica comigo mesma. Eu sei que o auto-criticismo exagerado não vai dar em nada, assim como a história toda do blog não vai dar em nada, mas deixemos isso para lá e não sejamos tão niilistas.
Logicamente, eu continuei recolhendo pedacinhos de coisas que me tocassem e que eu achasse que valiam a pena dividir, mas só hoje, quando a Lê me fez ler o monte de coisas que ela me fez ler, é que me deu vontade de escrever de novo.
Então aqui estamos. Já desisti oficialmente das aulas de amanhã cedo e estou deixando a higiene pessoal de lado um pouco. Só um pouco, eu ainda sou meio obcecada com isso.
Mas chega de falar de mim. Vamos ao que interessa.
Hoje eu estava então lendo as coisas que a Lê me fez ler e a moça lá falava algo que na minha cabeça soou como “fidelidade é um jeito de estar junto quando se está longe”.
E eu fiquei realmente atordoada, porque é simples demais, e não só eu nunca tinha pensado nisso antes, como ninguém nunca tinha me explicado desse jeito. Mas faz todo o sentido.
Foi uma daquelas epifanias de que eu falei há muito tempo, quando o conceito passa a fazer sentido para mim.
Pensei que tem algumas pessoas de quem eu gosto tanto, mas tanto, mas tão louca e idiotamente, que eu quero ter comigo a todo tempo.
Obviamente, não dá.
Então eu sou fiel a elas, não traindo ideais revolucionários que a gente compartilhe, não ouvindo as músicas que elas odiariam, não lendo Capricho, não usando roupas que a gente já tenha combinado que são ridículas; e quando eu vejo algo de que elas gostariam, eu mando um scrap.
Com isso, na minha cabeça, eu as trago para mais perto de mim. Fico pensando que, mesmo se elas souberem de tudo o que eu faço (o que é virtualmente impossível porque eu faço uma quantidade bem razoável de coisas), elas ainda vão me amar porque eu não fiz nada de errado, e pensei nelas o tempo todo, para tudo.
Ow, e pode ser que eu esteja ficando velha, convencida, brega e cheia de manias, mas a paz que dá no coração é um negócio incrível!

1 comment:

denisard said...

"fidelidade é um jeito de estar junto quando se está longe” - Nossa, quem escreveu isso? Estou igualmente atordoado. Frase simplista que faz todo o sentido. Guardá-la-ei sempre!